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Lou Reed

28.10.13

Ontem morreu Lou Reed.

Não vou dizer grande coisa. Acima de tudo porque nunca o ouvi tanto como ele merece. Ainda agora, estou a ouvir o “disco da banana”. Sabem quando o ouvi pela primeira vez? Assim de uma ponta à outra?... Apenas este ano. Sim, é uma vergonha... Por isso, não lhe faço uma homenagem hipócrita, não fui alguém que o tivesse acompanhado ou tivesse sido marcado por ele. Mas sei que muito daquilo que ouço e ouvi tem, de uma forma ou de outra, o dedo dele. Pela influência profunda, pela inovação, pela qualidade. Lou Reed é um monstro sagrado e isso eu nunca ignorei.

 

Já agora, a primeira vez que realmente me apaixonei por algo dele foi por intermédio de outros. Assim (a partir dos 2 m):

 

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Desta vez vou aventurar-me no comentário a um álbum, em vez de livros. A partir da audição do novo dos U2, No Line on the horizon, e de algumas críticas que li ao mesmo, apeteceu-me escrever um pouco sobre o assunto.

Muita gente condenou os U2 à morte devido ao álbum Rattle and Hum. Não sei se eles concordaram ou não, mas parece pacífico que acharam que alguma coisa tinha que mudar, e muito. Apesar de ser um álbum desequilibrado, não deixa também de ser um projecto com fortes motivos de interesse, especialmente quando visto em conjunto com o filme. No entanto, o que estava para trás, em particular o álbum, The Joshua Tree, tinha elevado os U2 a um patamar aparentemente irrepetível. Não era de admirar, portanto, que Rattle and Hum fosse, ou parecesse ser, uma desilusão. Pessoalmente, nunca encontrei neste álbum nada de particularmente mau, mas também não há grandes motivos para colocar este álbum a tocar em vez de qualquer um dos outros anteriores.

Posto isto, os U2 entraram nos anos 90. Só que entraram à frente dos próprios anos que se estavam a viver. Com o álbum Achtung Baby, a banda conseguiu uma transformação espantosa na sua sonoridade, parecendo uns U2 em versão 2.0 (eu diria que o álbum dos Passengers pode ser o de uns U2 versão 2.5). Em paralelo com a música surgiu também a era dos concertos espectaculares, com grande aparato cénico mas um grande rigor conceptual. A ZooTv Tour afirmou-se como um espectáculo insuperável, levando os U2 a um patamar tão alto que passaram a ser chamados, por muitos, de maior banda do mundo.

Seguindo a lógica de exploração de novos caminhos musicais e conceptuais surge o álbum Zooropa. Não sei se é este o melhor álbum da banda, muitos puristas poderiam matar-me por insinuar tal coisa. O que sei é que é este álbum consegue ser um grande passo em frente, em relação a Achtung Baby. A música, tanto quanto me lembro, soava, na altura, a algo futurista e difícil de classificar. Para onde ir a seguir? Era possível continuar a evoluir? Surgiriam saudades do passado pré-achtung?

A resposta vem na forma do álbum Pop, não respondendo, portanto, a nada. Capaz de apontar em várias direcções, Pop é, a nível conceptual, um exercício extraordinário, porque permitiu aos U2 mais uma tournée com um conceito forte e grande inovação. No entanto, a nível musical ficava a dúvida, para onde vão afinal? Pop dizia que podiam ir para todo o lado mas que o brilhantismo de Achtung ou de Zooropa estava, definitivamente, a ficar para trás.

Chega então altura de parar e pensar. Olhar para tudo e escolher o essencial. Daí All that you can’t leave behind aparecer como o álbum do regresso dos U2 à sua velha fórmula. Grandes hinos, canções irrepreensíveis, nova digressão, cheia de aparato visual mas muito menor e muito menos conceptual do que anteriormente. Em palco mais música do que espectáculo.

E podia-se esperar que os U2, tendo reencontrado a sua boa forma, continuassem o seu caminho. Foi o que fizeram com How to Dismantle an Atomic Bomb. Não posso dizer deste nada de substancialmente diferente do que do anterior. Apenas que os ouço a ambos ocasionalmente, com prazer, é certo, mas nada aqui me remete para o entusiasmo e novidade que me trouxeram Achtung e Zooropa.

E, pronto, aqui estou, expectante, ao fim de tantos anos, para saber se No Line On the Horizon volta a trazer uns U2 brilhantes ou, simplesmente, os U2 competentes e certinhos dos últimos álbuns. Para já é a segunda hipótese que vence. Estou a ouvir o álbum pela segunda vez e não vem daqui nada de particularmente impressionante. Adoro o tema final, parece-me mais um álbum bem fechado (o último tema costuma ser dos melhores dos álbuns) mas são os U2 no seu nível habitual. Gosto mais quando se superam. Não quer isto dizer que seja um mau álbum, quer apenas dizer que eu queria mais. De qualquer forma, venham os concertos!

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