Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Algures nos meus tempos de criança, ao ouvir falar de Nobel pela primeira vez, devo ter pensado em porque raio não haveria um Prémio Nobel da Música.
Pensei mas passou. Entretanto, cresci, percebi melhor o que era o Nobel e habituei-me a que cada macaco fique no seu galho.
Ontem, preparei-me para o ritual anual de descoberta. Todos os anos, muita gente afia as garras para se lançar nas críticas às escolhas do Nobel da literatura, destacando-se aqueles que acham sempre a escolha muito má. Eu, que tenho esta ideia de que o mundo é grande demais para eu o conhecer em detalhe, fico sempre na expetativa. O Nobel da literatura é uma oportunidade de descoberta para mim. Já li muitos prémios Nobel que não gostei; nunca li nenhum que não fosse bom. Se alguém tivesse que passar pelo mundo e os únicos livros que lesse fossem só de prémios Nobel, não ficaria mal servido; perderia, no entanto, outros que são tão bons ou melhores. Pois claro, é a natureza das coisas.
Adiante, ontem preparei-me para: ou festejar o Nobel do Roth; ou festejar de outro autor que conheço; ou para descobrir um novo. Nada disto aconteceu. Este ano o Nobel da Literatura não foi para um escritor.
Afinal, foi atribuído o Nobel da Música mas, a sério, precisavam de acabar com o da literatura para criar este?
P.S.: Compreendo a ideia e admiro imenso o Dylan. No entanto, este Nobel é chama-se da literatura, desculpem, mas este era da LITERATURA.
Ando há imenso tempo para a ler. Até cheguei a trazer um livro da biblioteca. Mas como era uma coisa mais autobiográfica não li, esperando depois ir buscar outro. Pareceu-me, no entanto, muito bom. Agora a curiosidade aumentou ainda mais.
A Europa que atualmente está a ser tão maltratada. A Europa que é a construção política mais extraordinária desde a democracia grega. A Europa que os cidadãos, por falta de perspetiva histórica, teimam em desprezar. A Europa que foi a única forma de este continente conseguir viver em paz (e não todo, ainda). A Europa que nos une com todas as enriquecedoras diferenças que temos. Essa Europa, aquela que não é só economia, venceu hoje o prémio Nobel da Paz. E, de facto, poucas instituições alguma vez terão feito ou farão tanto por ela.
Parabéns União Europeia e obrigado!
Mo Yan é o Nobel, da China.
Não conheço...
Um desejo para amanhã: que o Nobel vá para Philip Roth.
Eu sei que não vai... A Academia tem andado um bocado preconceituosa em relação à América. Mas não conheço escritor que me pareça merecê-lo mais.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.