Há livros que são mais importantes por criarem um personagem marcante, do que por outra coisa qualquer. Ora, Petchórin, o herói desta obra, é um desses personagens. Tão detestável quanto capaz de gerar admiração. É egoísta, vaidoso, sem escrúpulos, mau… mas irresistível.
Posto isto, não sei se haverá muito mais para dizer sobre este livro. O tom é aborrecido e banal, os personagens não são muito desenvolvidos, com excepção do herói. O interesse daquilo que lhe vai acontecendo é bastante relativo. Quase diria que apenas uma das páginas deste livro vale verdadeiramente a pena, aquela em que Petchórin se define, expondo a sua forma de estar e de pensar.
Se é para conhecer “maus” que são fascinantes, continuarei com o Dorian Gray de Oscar Wilde. Ou talvez Tom Ripley (mas no filme, que é bem melhor que o livro de Patricia Highsmith).
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