As Viagens de Gulliver, especialmente as suas aventuras pelas terras dos Liliputianos, fazem parte do imaginário de muita gente. Com a sua prodigiosa imaginação, Swift criou mundos tão característicos e particulares que se tornaram imensamente populares.
O livro está dividido em quatro partes, sendo a primeira e mais conhecida, a das aventuras no país dos liliputianos. Aí, devido ao reduzido tamanho dos seus habitantes, Gulliver é um gigante. Ao estabelecer contacto com os habitantes, vai ter a oportunidade de conhecer o funcionamento político deste povo, usando Swift esses dados para fazer comparações e analogias com a sua Inglaterra.
Na segunda parte, dá-se o inverso, Gulliver é aprisionado por gigantes. Mais uma vez, vai tomar contacto com este povo e conhecer o funcionamento das suas instituições para, mais uma vez satirizar o seu país.
Nas terceiras e quarta partes, prosseguem as viagens e, logo, a sátira e as divertidas aventuras. É aqui que a imaginação de Swift se torna mais frutífera, tal é a quantidade de personagens e ideias fantásticas que começam a surgir.
Este livro é, na maior parte das vezes, visto como de literatura para crianças. A expectativa é, aliás, de se ir ler um livro de aventuras, cheio de histórias rocambolescas. É-o, sem dúvida. No entanto, é muito mais do que isso. A componente política é muito forte e obriga a um estudo mais aprofundado para se poder compreender essa parte da obra. Sendo este um livro profundamente complexo e extraordinariamente importante para compreender o mundo (também o de hoje) deixo aqui, para quem quiser saber mais, um link para um interessante texto de Orwell que disseca as intenções e significados destas viagens.