Se David Fincher pegou neste conto para fazer um filme, eu quero vê-lo. E, existindo o livro, eu quero lê-lo. O realizador é dos meus preferidos; o escritor é um dos que não leio desde a minha adolescência, por isso, foi uma boa oportunidade.
Parece-me que há neste conto um defeito incontornáve, que é, precisamente, o de ser um conto. Se alguém nasce já velho e “decresce” em vez de crescer, isto pode constituir um fascinante ponto de partida para uma história. Muito provavelmente, poderia resultar num extenso e fantástico romance. Mas Fitzgerald fica-se pelo conto, que não é mau. O domínio da narrativa é exemplar e consegue fascinar o leitor. No entanto, há um peso enorme que fica desta leitura – o tanto que ficou por dizer e contar. Na verdade, acaba por ser mais importante o que não acontece nesta história do que aquilo que acontece. É inevitável que a imaginação de quem lê se vá perdendo em tanta coisa que poderia acontecer a Benjamim no seu “decrescimento”. É inevitável ficar-se com a sensação de que é muito pouco para tanto potencial.
A ver o que Fincher fez em filme...
Autoria e outros dados (tags, etc)