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Já disse aqui que Creta é uma ilha que tem um pouco de tudo para todos. E mesmo eu, que não sou propriamente um amante de praia, não podia ficar indiferente às maravilhas que a ilha oferece.

Confesso que tinha alguma expetativa, por causa do que tinha visto nos guias, mas estava longe de pensar que pudesse ser tão bom ir à praia. Tudo começou com um pequeno mergulho:

onde percebi logo que, para além da temperatura da água e da sua limpidez, o mais impressionante estava lá dentro. Nunca fiz mergulho mas, em Creta, nunca fui nadar sem óculos para poder ver o fundo. Os peixes e as rochas veem-se quase tão bem como se não estivessemos na água, o que é impressionante e lindo. 

Depois, há as praias dos resorts que estão tão cheias de chapéus e espreguiçadeiras que é quase impossível encontrar um espaço. São bonitas, mas dessas só me apetecia fugir.

O melhor é há sempre uma outra praia, e muitas praias desertas. Mas há duas que superam tudo (e ainda houve umas quantas que ficaram por ver):


Elafonisi

 

Elafonisi fica no extremo sudoeste de Creta. Para lá chegar, é preciso ter em conta a estrada, a qual não sendo difícil por aí além faz com que se perca imenso tempo.

Elafonisi é uma pequena ilha mesmo em frente à praia. E é quase o que eu chamaria uma ilha-praia. Vou começar por mostrar uma foto que não é minhas mas onde se pode ver de cima, o que é essencial para perceber a “lógica” do sítio.

 

 

Como se vê, a distância entre a ilha e a praia não é grande. E isso torna tudo muito mais interessante. A profundidade da água é mínima e, portanto, podemos passar de um lado para o outro andando a pé. Ora, este ritual de passagem, por ser tão estranho torna-se deslumbrane, pela cor da água, pela nitidez com que se consegue ver o fundo, pela mistura do azul e do verde. Passando para a ilha, é intressante passear nela, indo até à ponta. Pelo caminho, que é sempre praia pode-se parar para um mergulho em qualquer lado. Está tudo cheio de rochas, mas vê-se tão bem que acaba por não ser minimamente perigoso. Há areia cor de rosa, um fenómeno geológico que não sei explicar mas que torna tudo quase mágico. Nadar aqui é simplesmente espetacular, pela temperatura da água, pelos peixes que se podem ver, pela delícia da paisagem dentro e fora de água. Foi uma experiência inesquecível.

 

Balos

 

Belos é outra ilha junto à frente da praia, mas esta no extremo noroeste. Aparentemente, muita gente vai para lá de barco. Mas como a minha base era Kissamos-Kasteli, estava a uma pequena distância de carro. Por isso lá fui.

A primeira surpresa foi que, de repente, acabou a estrada e tinha que se pagar 1 euro para continuar. Tudo bem, há de valer a pena. Os 5kms seguintes foram nas condições que se podem ver na foto abaixo. Basicamente avançar devagar, muito devagar. Depois, estacionar e fazer o resto do percurso a pé (uma meia hora a descer para a praia - o que tem sempre como contrapartida haver uma outra meia hora para subir).

 

 

Mas eu não tinha dúvidas de que o esforço seria recompensado. Logo que se começa a descer vê-se isto:

 

 

 

 

E é um bocado como se o mundo parasse. Ao contrário de Elafonisi aqui não só podemos ver de longe e de cima, como somos obrigados a fazê-lo. Quando aqui cheguei tive pena de quem opta pelo barco. Mas quem não vê é como quem não sabe (pois… o provérbio até é capaz de ser ao contrário, mas aqui faz mais sentido assim). A descida até à praia torna-se bastante perigosa porque não se consegue olhar para o chão com atenção, só apetece ficar a olhar para a ilha.

Para além desta praia, pode ver-se na imagem que há uma outra, noutra ilha - fica para a próxima.

Lá em baixo, mais uma vez, passa-se para a ilha a pé. Aqui a água é mais funda, chega a passar da cintura, nada de preocupante. O resto, é entrar na água, nadar sem nunca perder o pé, e pensar que as Caraíbas devem ser o máximo, mas eu fico-me por aqui.

 

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Não me levem a mal ter posto o nome da cidade de que vou falar em grego. Vi umas 4 ou 5 maneiras de escrever isto no nosso alfabeto. E ainda não percebi qual delas é a mais correta, se é que se pode falar em transcrição "correta" quando se lida com alfabetos diferentes. Escolham a vossa: Ieraklion, Ieraklio, Heraklião, Heraklion... Pronto: Ηράκλειο, assim sei que está certo (as letras correspondem às nossas e,r,a,k,l,e,i,o).

Ηράκλειο é a capital de Creta e é uma cidade cheia de vida e energia, bem grega, por sinal. 

Há muitos vestígios do domínio veneziano e do turco. Fora esses apontamentos arquitetónicos mais antigos, a cidade é francamente desinteressante de um ponto de vista estético.


Deixo-vos com algumas imagens. Da famosa praça dos leões, de edifícios venezianos, e de um simpático habitante que se sente na sua cidade como em casa:



É também nesta cidade que se encontra o fabuloso museu arqueológico. A coleção é composta essencialmente por vestígios arqueológicos dos minóicos, com destaque para Knossos. E é espantoso. Alguns destaques abaixo.





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Fonte: Wikipedia

 

Talvez comece por explicar o porquê de ir a Creta. A Grécia é terra de tantas ilhas que, enfim, é preciso escolher e escolher. Mas Creta é um caso óbvio. É verdade que eu não sabia bem isso antes de ter ido à Grécia no ano passado. E mesmo só este ano, ao decidir lá ir, é que me debrucei sobre esta ilha. Mas foi-se tornando óbvio que não pode haver Grécia sem Creta. Vamos portanto a alguns pontos:

 

- Creta é o berço da primeira civilização europeia - os Minóicos. Ou seja, foi nesta ilha que, pela primeira vez, houve palácios, gente organizada em sociedade, na Europa. E com aspetos tão misteriosos como interessantes. Não se sabe muito sobre o que aconteceu aos minóicos, nem muito sobre quem eles eram, como eram e o que faziam. Mas não faltam os motivos de interesse. Por exemplo, não se encontraram fortificações nas cidades minóicas. Seriam eles tão pacíficos que não precisavam? Nem tinham medo de ser invadidos? Por outro lado, olhando para os vestígios arqueológicos, vemos cor e imagens bastante alegres. Deve ter sido giro ser minóico, e até já tinham sanitas - sim, em Knossos, o mais famoso dos palácios, pode ver-se o sistema de escoamento de águas e tudo.

 

- Para além dos palácios Minóicos que são bastantes, Creta tem ligações fortes à mitologia. Enumerando: foi onde Zeus nasceu ou, pelo menos, onde ele se escondeu do pai Kronos, antes de se lançar na guerra contra ele e tornar-se o deus dos deuses; o mar Egeu chama-se assim porque foi para onde o rei Egeu se atirou quando, equivocado, se suicidou ao pensar que a expedição do seu filho a Creta não tinha sido bem sucedida; o filho de Egeu era Teseu, um dos grandes heróis gregos, que derrotou o minotauro, o monstro que vivia num labirinto em Creta.

 

- Creta é uma ilha enorme e, portanto, com muito para ver. Desde as magníficas ruínas minóicas até às praias absolutamente paradisíacas, passando pela comida maravilhosa e os roteiros para passear a pé, Creta tem algo para agradar a toda a gente.

 

- a ilha foi dominada por vários povos: Minóicos, Miciénicos, Dórios, Venezianos, Turcos, Alemães, etc… O que significa que há vestígios de tudo isso. Nem sempre são boas recordações, mas é história.

 

- Creta é a terra de Nikos Kazantzakis. Pronto, este ponto é pessoal mas quem o lê não pode deixar de querer lá ir. E eu só o comecei a ler pouco antes da viagem.

- Um voo para Creta a partir de Milão custou 25 euros - pronto, não podia deixar de dizer. Estas coisas contam, não?

 

- Muito daquilo que associamos à Grécia enquanto povo e forma de vida encontra-se em Creta. Ou seja, Creta é mais a Grécia do que as outras ilhas onde tudo está orientadíssimo para o turismo. Claro que eu não sabia disto antes de ir. Isto já é mais em jeito de conclusão. Mas, realmente, Creta tem sítios feios, aliás, quase todas as terras são relativamente feias em termos arquitetónicos (nas ilhas que visitei no ano passado tudo era lindo e imaculado). É uma ilha com pessoas que têm uma vida real, muito para além do turismo. E isso é bom para variar porque nos aproxima do que é ser grego. O que não é só bom, claro. Há a parte de os gregos não gostarem lá muito de regras, ou de leis, e não há sítio melhor para ver isso do que nas estradas de Creta. Acreditem, até um português fica chocado ao ver como por lá se conduz.

 

Pronto, estão apresentadas algumas das justificações. Resolvi fazer pequenos posts relacionados com esta ilha. Espero que me acompanhem nesta viagem. E que façam a vossa própria, a Creta.

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