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Daqui a uns dias vou de férias e ainda nem sequer acabei de contar as últimas. Por isso, aqui fica, e com carácter de urgência, um pequeno relato sobre uma das melhores experiências que tive na Grécia.

 

Como se não bastasse tudo o resto, há algo em Creta que se torna uma experiência única e aberta a todo o tipo de perspetivas. Pode ser vista como um simples passeio, uma aventura, um desafio, um pesadelo, um sonho. Como quiserem, ou como sentirem. Descer o desfiladeiro de Samaria é o que cada um tirar. Por isso, só posso dizer o que foi para mim.

Antes de mais, foi um enorme problema de organização. Deixem-me pôr um mapa para se perceber melhor.

 

 

 

Agora imaginem que estão em Kastelli Kissamos e que querem ir descer o desfiladeiro. Bom, têm que arranjar maneira de ir até Omalos, depois descer a pé a zona verde no mapa e, no fim, estarão em Aghia Roumeli onde... não há estradas, portanto, não há como voltar para trás (a não ser que depois de 16 Kms a descer, queiram subir...). Para sair de Aghia Roumeli há barcos mas não propriamente para Omalos... Depois de muito ver preços, opções e problemas, foi assim: acordar às 4:30 da manhã em Kissamos e ir de carro até Paleochora – uns 60 kms em estrada que não ajuda a andar depressa. Chegada a Paleochora às 6:00, poucos minutos antes de sair o autocarro para Omalos. Em Omalos, às 8 da manhã, a uns 2000 metros de altitude e cheio de frio, começar a descer para, horas mais tarde, chegar a  Aghia Roumeli, ficar na praia até às 17 e qualquer coisa para apanhar o barco para Paleochora para ir buscar o carro e conduzir durante mais uma hora para Kastelli Kissamos. Pois, não foi fácil. Mas Samaria era um desafio irresistível.

Aviso prévio: não há um foto que fala justiça ao que aquilo é. E em todas elas deu para perceber que assim seria. Samaria é para se experimentar, e para nunca mais esquecer.

 

 

Quando se começa a descer, percebe-se que as pernas vão ter muito trabalho pela frente, mas dá ideia de que a coisa até é bastante organizada: 
Mas a verdade é que tem o seu quê de perigoso. Como o sinal e as pedras naquele pequeno troço que até tem uma vedação para proteger:

 

 

Quando se chega lá abaixo, acabou o ar "organizado" do "passeio".

Primeiro, porque uma pedra resolveu cair bem lá de cima. Foi assustador. Toda a gente parou a ouvir o pum, pum, pum que a pedra ia fazendo enquanto ia descendo. Não cheguei a vê-la, não percebi onde caíu mas aquele barulho ficou-me na cabeça para o resto o percurso. E olhar para cima passou a ser muito mais assustador. Fora este perigo, há também o risco de se torcer pernas, pés e tudo o resto. Só caí uma vez, acho que tive sorte, mas vi várias pessoas ficarem magoadas a sério. 

 

 

De qualquer forma, aquilo que nos é dado a ver sobrepõe-se a tudo o resto. Houve momentos em que parecia estar noutro planeta, até porque a luz ali tem um brilho diferente, como se fosse mais opaco.

Depois há a forma como as árvores aparecem nos locais mais improváveis, e deve ser graças a elas que não há mais pedras a cair.

O passeio termina na tal terrinha onde só vão os barcos. Passei umas horas na praia que foram fantásticas, tirando a parte em que o vento começou a soprar de tal forma que deixou de ser praticável estar ali a comer areia. Restou a viagem de barco, com a chegada a Paleochora ao pôr do sol. Ainda houve tempo para jantar, pegar no carro e voltar a Kissamos. Fiquei tão esgotado que claro que só deu para ir dormir, mas com passagem por uma esplanada para beber Ouzo (uma espécie de aniz lá da Grécia) e ficar a pensar que Creta não é bem um sítio que se visite e dê para contar o que por lá se viveu. Tudo fica pálido quando começo a contar. Enfim, há que voltar.

 

 

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