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Se me perguntarem sobre o que é este livro, terei dificuldade em dizer mais do que “ah e tal é sobre um tal de Zenão que anda de um lado pro outro e é uma espécie de médico-filósofo-alquimista…”. Pois, a verdade é que a história, em parte, me passou ao lado. Porém, ao contrário do que se possa pensar, não foi por não gostar. Este livro é, de muitas maneiras, um livro perfeito. A escrita é absolutamente extraordinária, pelo que o efeito estético das frases, às vezes, nos distrai completamente do seu significado. Dei por mim a reler frases só pelo prazer de ver as voltas que elas davam, apercebendo-me depois que nem sequer tinha ainda percebido o significado.

Mas isto é problema meu, que me distraí. Porque o livro tem uma história e ela vale bem a pena. Não fosse a erudição da escrita e até podia ser uma espécie de thriller histórico. Passamos pelo medo da inquisição, dos costumes bárbaros, da insegurança física e psicológica: mas também vemos o despontar do interesse pela ciência, da redescoberta religiosa e da resistência ao movimento reformista. Yourcenar faz uma trabalho notável de linguagem (e a tradução reflete um cuidado invulgar) e parece que estamos a ler um livro escrito na altura dos acontecimentos, ou seja, no século XVI.

Zenão, o personagem que acompanhamos nesta obra, é um homem que se atreve a pensar livremente. Pode parecer fácil, tem-se tornado mais fácil, mas não o era seguramente quando os primeiros homens se atreveram a fazê-lo. Zenão foi um deles e, neste livro, serve-nos de ponto de referência para vários outros, os reais.

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1 comentário

De Electronic Jazzy Girl a 21.12.2011 às 12:20

Marguerite Yourcenar é uma escritora de quem ainda não li nenhum romance mas que pus há algum tempo na minha lista das próximas descobertas.

A descrição do Pedro deste romance cativou-me mas gostava que me desse a sua opinião sobre que título deverei escolher para inaugurar as leituras desta escritora.

Uma pergunta difícil, bem sei, pois o primeiro livro que lemos de um autor é, por norma, o mais decisivo... Quando não me cativa, não costumo repertir!
Em contrapartida, se gosto do 1º livro que leio de um determinado escritor, quero repetir e, mesmo que não goste tanto do 2º, não desisto deste escritor.
Porque os bons livros marcam para sempre!

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