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Um dos primeiros posts do pedrices foi sobre este autor. E desde aí que ando para voltar, coisa que só aconteceu agora e com um pequeno livro. Aliás, o problema, para quem leu o Meio-Irmão, é precisamente esse, ser tão pqueno.  São cerca de 140 páginas para conhecermos Herman, um rapaz de uns onze anos, que nos encanta pela forma genuína como somos transportados para o seu universo. Depois de o conhecermos, o livro acaba sem que o possamos continuar a acompanhar. O que é uma pena.

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Gosto muito deste escritor mas gostei muito pouco destes livros.

A Filha de Agamemnon é interessante mas tão curto que fica aquém do que se esperaria. É um livro que pretende trazer o sacrifício de Ifigénia para uma Albânia comunista e ditatorial. Até consegue mas… e depois?

Bom, depois vem o segundo livro, escrito uns 20 anos mais tarde e que abandona um pouco o tom de regresso aos mitos gregos mas que nãoo sustenta nada de verdadeiramente interessante. Ou talvez só o fosse se eu conhecesse um pouco de hitória albanesa, coisa que não acontece. Mas o que eu noto é que num outro livo, O Palácio dos Sonhos, Kadaré foi capaz de me ensinar , de forma metafórica e indireta, muito mais do que nestes livros em que até é direto e, algumas vezes, radical.

Enfim, declaro a minha incapacidade para "acompanhar" estes livros. Mas quem nunca leu Kadaré não deve perder o Abril Despedaçado (e, por favor, não pensem que ao ver o filme vão saber algo sobre o que é esse livro). Quem conhecer a história da Albânia também vai provavelmente perceber o quanto este livro é bom e eu não sei…

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(Juro que é verdade: muitas vezes, durante as primeiras 200 páginas, dei por mim a pensar que este livro, que é de história, estava incrivelmente bem escrito. Até que cheguei à parte em que se fala de Atenas e do Pártenon. Fiquei tão encantado com a prosa que fui à procura de quem seria o tradutor. O pior é que eu sabia perfeitamente mas… tinha-me esquecido. Pois, é José Saramago. Portanto, como se vê, a minha obsessão com ele é mesmo uma coisa genuína...)

 

Sobre o livro propriamente dito, é difícil ter palavras para um monumento destes. É fantástico como introdução, é notável como análise aprofundada. E, ainda por cima, está cheio de elementos que fazem pensar. Poque não é um livro que se limita a descrever. Tem opiniões, faz pensar, chega a irritar, destrói ideias feitas e traz outras. Por exemplo, a sociedade grega como uma sociedade esclavagista é algo que, muitas vezes, é relagado para segundo plano. Bonnard dá a esse facto não só o destaque que ele merece como analisa as suas consequências. E não deixa de nos obrigar a olhar para Platão ou Aristóteles como defensores da escravatura...

É um trabalho colossal, com momentos desequilibrados mas intensamente interessante. Os capítulos podem ser lidos de forma isolada e acho que serão tão compensadores como lendo o livro na íntegra (e são umas 750 páginas...).

Tenho a sensação de que me aproximei muito mais da Grécia como ela era do que em qualquer outro livro. Mas, ao mesmo tempo, é curioso como esta não é uma história propriamente narrativa e cronológica (embora também o seja). Aqui faz-se uma viagem pelas realizações, descobertas e experiências da Grécia antiga. Cada capítulo aborda uma experiência. E do ponto de vista do leitor parece que se está a contactar com a origem de muita coisa que hoje se (re)conhece. Um dos aspetos em que Bonnard é mais brilhante á na análise da literatura grega (que é tão mais que apenas literatura!). Não se pode passar por aqui sem querer ir lera a Ilíada ou as tragédias de Ésquilo e Sófocles. Aliás, tenho que reler a Antígona, tenho que ler a Oristeia, tenho que experimentar Eurípedes, tenho que ver as Odes de Píndaro, tenho que ler uns poemas de Safo, espreitar Os Argonautas, reler diálogos de Sócrates e A República de Platão. Tenho que finalmente dar uma olhadela em Aristóteles...

Tenho tanto para fazer depois deste livro que… o melhor é mesmo ir à Grécia. Ainda bem que foi esse o destino que escolhi este ano. Ainda bem que li este livro antes de ir!

 

Pena que ainda falte quase um mês...

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 É difícil pôr em ordem as ideias sobre este livro. Vou tentar em tópicos:

  • Não é fácil entrar na vida deste Eduardo, um rapaz que lia Rimbaud e que, provavelmente, para além disso não fez mais nada de interessante na vida. E é a falta de interesse desta existência que a torna cativante enquanto objeto de atenção literária.
  • O autor, que eu desconhecia em absoluto, compõe um retrato sem concessões do que é o abismo de um Eduardo mal tratado quando criança que não se liberta, nem quer libertar-se, acho eu .
  • Uma leitura terrível, devo dizer… Muito bem conseguido em termos de linguuagem mas cruel, desconfortável, duro. Um livro indigesto mas que é uma obra a considerar quando se quer pensar um pouco naquilo que alguns de nós deixam de ser. Ou aquilo em que nos podemos transformar quando abdicamos de uma certa diginidade.
  • É um livro ótimo para ouvir The Cure. Coloque-se a tocar Watching Me Fall e, a partir daí, ouça-se a Trilogia toda.
  • É pena é que eu não possa sentir grande pena do Eduardo. Apesar de um final arrepiante e poderoso, a verdade é que estou-me bastante nas tintas para ele. Um rapaz que, apesar de ler Rimbaud, se deixou transformar numa sombra. Não por opção mas por resignação niilista, não porque os pais o tenham maltratado mas porque, quando se livrou deles, se revelou o pouco que ele era.
  • As personagens para além do Eduardo parecem ter apenas uma dimensão - sexo. O que é pouco, num livro deste tipo.
  • O autor diz que só assim entende a literatura. Que choca, que inquieta, que altera (entrevista http://ipsilon.publico.pt/livros/entrevista.aspx?id=306386 ). Concordo, especialmente quando altera. Mas não é o caso, aqui choca, o que não é necessariamente bom, e não é sempre bom. Também inquieta, o que é um bocadinho melhor porque a inquietação é, muitas vezes, o antídoto do niilismo. Mas não me parece que algo mude. Isso é para outros livros. Este é só mais um, nessa longa história de livros que saltam constantemente entre a linha que separa o que é muito bom  e muito válido, e aquilo que é mais vistoso do que concreto.

Enfim, é uma leitura. 

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In O Rapaz que Lia Rimbaud, de Manuel António Araújo, pp. 102-3

E pensou. Pensou no fascínio dos suicidas, nas pontes, nos viadutos, nunca pensou no mar, nem no rio, não pensou nas mortes calmas, nas mortes em que é preciso caminhar para se morrer; nunca se mataria como Virginia Woolf.

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In A Caverna, de José Saramago 

(…) de qualquer modo barco parado não faz viagem, suceda amanhã o que suceder há que trabalhar hoje, quem palanta uma árvore também não sabe se virá a enforcar-se nela (…)

(…) É difícil pensar quando não se sabe, Discordo, pensa-se precisamente porque não se sabe (…)

(…) Diz-se que o tempo tudo cura, Não vivemos bastante para lhe tirar a prova, disse Cipriano Algor (…)

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Pausa

17.08.12

Não foram ainda as esperadas férias "grandes". Para essas, ainda falta um mês, foi apenas uma pequena pausa. Fiquei surpreendido com um Algarve menos conhecido e mais genuíno - Tavira, Santa Luzia, Cacela Velha, as praias às quais só se chega de barco…

Aproveitei para voltar a ler Kadaré - o post está para sair. E para continuar as minhas incursões no mundo greco-romano. Desta vez com O Mediterrâneo Arcaico, de Michel Gras.

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Há uns anos, li um livro deste autor e deixei aqui umas notas:

http://pedrices.blogs.sapo.pt/11318.html

Dizia eu que tinha que o acompanhar. Demorei muito, como se vê. Mas lá voltei a ler Karnezis. Muito do que escrevi sobre O Labirinto podia ser repetido agora. No entanto, A Festa de Anos debruça-se sobre a vida de um milionário. Durante mais de metade, o livro é de leitura absorvente e empolgante. Depois perde interesse. Mas admito que seja uma coisa pessoal. Não tenho grande paciência para histórias sobre gente imensamente rica que passa  a vida em iates e vive numa ilha privada (deve ser da inveja...). De qualquer forma, gostei de ler, mas não é tão memorável como O Labirinto. 

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Uma conversa entre avô e neto:

in Herman de Lars Saabye Christensen

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Ainda antes de ontem falei dele... e hoje morreu. O Camões, o cão que inspirou o Achado, o meu personagem preferido do romance A Caverna (que ando a reler).

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