Mais um extraordinário livro de Pamuk. Os temas das diferenças/complementaridades entre Ocidente e Oriente, as questões da identidade e do eu, o romance histórico, estão lá e são desenvolvidos com uma mestria narrativa invulgar. Pamuk confunde o leitor, transportando-o para planos que não são facilmente atingíveis na generalidade dos livros. Aqui, uma vez mais, troca as voltas a tudo e a todos com as suas mudanças de narrador, gerando um efeito completamente inesperado num livro em que dois homens se debatem com as suas diferenças, dois homens praticamente iguais fisicamente, que se misturam um no outro, constituindo, de certa forma, uma só existência.
Sendo este um livro relativamente pequeno, pode servir como uma boa introdução a leituras mais densas e complexas como Neve ou Os Jardins da Memória.
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