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Pausa de fim de semana para reencontrar um dos cenários da minha infância. Foi preciso redescobrir o caminho - não ia lá há uns… sei lá… 20 anos? Mas foi bom saber que ainda existe.
Até podia dizer onde é, aliás, fazia todo o sentido. Mas depois de ver o que encontrava na internet sobre o sítio, não descobri um único link que falasse desta terra. Há uma outra, de nome igual, algures lá para o Porto. Mas esta não, parece que é só de quem a conhece. Vou deixá-la assim, um açude perdido e esquecido.
E este açude, que não tinha esquecido mas do qual só me lembrava raramente, levou-me para outra recordação, um livro de há uns anos, do qual falei aqui, e onde também há um açude, mas esse fica Para Além das Montanhas.
Para Além das Montanhas, de Ricardo Sousa Alves
Para além da Montanhas, há duas crianças, dois irmãos, mas só um deles pode falar. O outro, percebemo-o e conhecêmo-lo através do apelo que o irmão mais velho faz para que ele regresse do limbo onde se vai perdendo.
Para além das Montanhas, há uma aldeia onde as crianças aprendem a viver. Brincam, choram e riem, sem saberem, ainda, o que as espera deste lado, de onde as observamos.
Para além das Montanhas, há um Portugal profundo e uma infância que anseia por se libertar dele, levando a uma idade adulta que olha para trás com saudade.
Para além das Montanhas, há uma língua, a portuguesa, que tem saudades de ser escrita assim.
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