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Algures nos meus tempos de criança, ao ouvir falar de Nobel pela primeira vez, devo ter pensado em porque raio não haveria um Prémio Nobel da Música.
Pensei mas passou. Entretanto, cresci, percebi melhor o que era o Nobel e habituei-me a que cada macaco fique no seu galho.
Ontem, preparei-me para o ritual anual de descoberta. Todos os anos, muita gente afia as garras para se lançar nas críticas às escolhas do Nobel da literatura, destacando-se aqueles que acham sempre a escolha muito má. Eu, que tenho esta ideia de que o mundo é grande demais para eu o conhecer em detalhe, fico sempre na expetativa. O Nobel da literatura é uma oportunidade de descoberta para mim. Já li muitos prémios Nobel que não gostei; nunca li nenhum que não fosse bom. Se alguém tivesse que passar pelo mundo e os únicos livros que lesse fossem só de prémios Nobel, não ficaria mal servido; perderia, no entanto, outros que são tão bons ou melhores. Pois claro, é a natureza das coisas.
Adiante, ontem preparei-me para: ou festejar o Nobel do Roth; ou festejar de outro autor que conheço; ou para descobrir um novo. Nada disto aconteceu. Este ano o Nobel da Literatura não foi para um escritor.
Afinal, foi atribuído o Nobel da Música mas, a sério, precisavam de acabar com o da literatura para criar este?
P.S.: Compreendo a ideia e admiro imenso o Dylan. No entanto, este Nobel é chama-se da literatura, desculpem, mas este era da LITERATURA.
Só para dizer que o Expresso do sábado passado tinha uma entrevista de J. M. Coetzee. O que é uma coisa rara e, por isso, um acontecimento que merece destaque.
A entrevista é curta. Mas dá para perceber bem como este autor é especial.
Ah, e ele vem cá!
E agora uma nova pedrice... Ando há uns tempos para comprar uma bicicleta que me permita andar na cidade de forma confortável. Tenho uma daquelas velhas BTT compradas num hipermercado que serve, acima de tudo, como um exercício de paciência de de exploração do mundo da mecânica das bicicletas. Isto é, já tive que mudar uma câmara de ar, já tive que colocar a corrente no sítio várias vezes, já tive que voltar a pé para casa... Enfim, não tem corrido bem, e note-se que isto aconteceu andando com ela poucas vezes e em trajetos de 3 ou 4 Kms. A confiança para andar um pouco mais não era lá muita. Mesmo assim, lá fui da expo até ao Cais Sodré há uns dias. É verdade que a bicicleta se aguentou, eu é que não. Foram vários dias de dor nas costas como nunca tinha sentido.
Lá me decidi então a resolver o problema. Não queria mais bicicletas daquele tipo - como mantenho a velha, se quiser fazer um passeio mais racing continuo a tê-la. Decidi que iria comprar uma mais adaptada ao meio urbano - com pára-lamas (já mencionei que fui trabalhar um dia cheio de lama nas calças, coisa em que só reparei a meio do dia?) e outros acessórios que tornem os passeios mais confortáveis.
De repente, ao ver bicicletas de cidade, deparei-me com as dobráveis. Não tinha pensado nisso mas a ideia pareceu-me boa. Se quiser, por exemplo, ir de carro para algum sítio para depois ir andar de bicicleta, posso levá-la facilmente, ou mesmo nas férias. Lá me lancei então na aventura de perceber o que é e como funcionam estas bicicletas. E descobri que existe um mundo perfeito, infelizmente caríssimo, que é o das Brompton. Portanto, infelizmente, este não é um post sobre a minha nova Brompton mas sobre a sua substituta que, para já, me serviu maravilhosamente bem.
Chama-se Raleigh, a minha nova companheira de viagens. E, para além de linda, é super confortável. Hoje, por exemplo, fomos da expo a Belém e entendemo-nos muito bem os dois ao longo dos 32 Kms de viagem.
Aqui está ela, em Belém:
Com direito a pormenores daqueles que deliciam os donos:
E antes de a colocar no carro, há que dobrá-la:
E, pronto, coube perfeitamente no carro para vir da loja para casa:
Ontem morreu Tom Sharpe que me fez passar várias horas a rir com os seus livros da saga Wilt.
E eu fico contente. Li Mia Couto quando era adolescente porque as capas dos livros dele me atraíram. Nessa altura, sabia pouco sobre distinguir os livros bons dos outros. Acertei, neste caso. Não me lembro exatamente do que li mas lembro-me de uma ideia forte: é possível brincar com a língua, as palavras podem ser transformadas em palavras mais bonitas, as histórias podem ser “abensonhadas”, e assim pode-se escrever com mais liberdade.
Não vou voltar a lê-lo, mas que me marcou, lá isso marcou.
Ainda não tem edição portuguesa. Por isso, é desta que eu o leio no original. Está lá em casa, à minha espera. Mas já foi lido e diz que é bom. Pois claro, é Coetzee.
Já agora, não, não é esse Jesus, não tem nada a ver!
Há notícias que me fazem um sorriso triste, mas ainda assim é um sorriso.
Um livro novo de Saramago, sai em Abril.
Uma viagem de sonho, com um pretexto de sonho:
http://www.cnc.pt/Noticias.aspx?ID=1133
Obrigado!
Um dos melhores romances que já li acabou de ser reeditado. Está com bom aspeto, como é típico dos livros da Cavalo de Ferro. E agora até já mostra a ponte.
Estive a reler o texto que escrevi na altura. E, apesar de estar um bocado mal escrito, tudo o que lá está é verdade. Talvez seja dos livros que mais merecem uma releitura…
http://pedrices.blogs.sapo.pt/10691.html
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