Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Mais um livro de uma dupla de quem falei há uns posts.

O que se espera de um livro deste tipo, acho eu, é que nos ensine quais são as obras fundamentais, onde é que elas foram encontradas, o que significam, etc. Mas quando um dos autores do livro é a Mary Beard, talvez as coisas sejam um pouco diferentes. Este Classical Art é um em que encontramos grande parte daquilo que estamos à espera. Estão lá as estátuas que reconhecemos de imediato, os edifícios mais icónicos, as pinturas que esperamos. Sim, isso está lá tudo e com grande qualidade (e quantidade). Mas as grandes obras, e as outras que são menos famosas mas, geralmente, muito bem escolhidas no contexto do que os autores pretendem fazer passar, são o pretexto para falar dos problemas de se fazer uma história da arte. Há o problema da restauração (se deve ser feita, até que ponto deve ser feita, que revela a obra restaurada do seu tempo original, que revela a obra do tempo em que foi restaurada, são só alguns exemplos das questões que podem surgir), há o problema da imitação, do que é um original em arte, do significado que vai sendo dado às obras e que pode ir mudando ao longo do tempo.

O livro começa pela pintura, com grande destaque para o legado de Pompeia, avança depois para a escultura, dedica um capítulo à sexualidade e sensualidade na arte, passa pela construção monumental, ou seja, pela arquitetura como expressão de poder, ilustrando a evolução do classicismo e a sua permanência. É, ainda, um livro profundamente útil como guia de viagem, cheio de esquemas e pormenores sobre como saber mais e, acima de tudo, como visitar as obras apresentadas.

Infelizmente, que eu saiba, não há uma edição portuguesa. Mas devia.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Tive sorte, muita sorte. Já tinha lido um capítulo deste livro ne net, em inglês. No outro dia, encontrei esta edição portuguesa a 2.5€ na Barata da Av. de Roma e lá continuei a leitura.

O livro faz parte da coleção “very short introductions” da Oxford University Press que é muito interessante por nos permitir uma visão rápida sobre um assunto que se pode aprofundar depois. Nesse sentido, este livro é exemplar mesmo que em termos mais “pedagógicos” não seja nada daquilo que se poderia esperar. Ou seja, este é um magnífico ensaio sobre a importância e o valor de estudar a antiguidade clássica. Sai-se dele com vontade de ir imediatamente para a Grécia (pronto, admito que estou cheio de vontade de lá voltar e que mal consigo pensar noutros sítios) e de mergulhar noutras leituras relacionadas com o tema. Mas, por outro lado, não é um texto convencional que nos dê o tal “essencial” sobre a antiguidade. Não nos conta a história da Grécia ou de Roma, nem nada disso. Mas o que conta é tão bom e tão apaixonante que o único reparo a fazer é que deviam chamar-lhe outra coisa.

 

Já agora, permitam-me também que fale um pouco de Mary Beard, uma vez que ela tem sido uma referência nas minhas incursões pela antiguidade grega e romana. Ouvi falar dela pela primeira vez quando estive em Pompeia. Quando se está num sítio daqueles é inevitável querer saber mais e, se o assunto é Pompeia (ou mesmo a história de Roma em geral), é provável que se chegue a Mary Beard e ao seu livro Pompeia (tem edição portuguesa). É verdade que ainda não o li, o que é imperdoável, claro. Depois, há também a série Meet the Romans, em 3 episódios, que está no youtube e é um delicioso passeio pela Roma de hoje em companhia de uma anfitriã que irritantemente toca em tudo mas que é deliciosamente cativante naquilo que nos conta. Tenho também um livro sobre arte clássica que tenho lido aos bocados e é muito interessante. E agora falta-me o último livro, Confronting the Classics que vou esperar para ver se aparece aí em português. A propósito, fica aqui o link para se saber mais sobre uma mulher que não é convencional, e de quem pode não ser fácil gostar de imediato mas que vale a pena conhecer: http://www.independent.co.uk/arts-entertainment/art/features/mary-beard-interview-i-hadnt-realised-that-there-were-people-like-that-8534771.html

 

E, finalmente, fica aqui o seu blog: http://timesonline.typepad.com/

 

P.S. Eu sei que este livro tem 2 autores e que eu só falo da Mary Beard. Mas vou estar atento ao Jonh Henderson que não conhecia até agora.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

calendário

Fevereiro 2017

D S T Q Q S S
1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728



Arquivo

  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2016
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2015
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2014
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2013
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2012
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2011
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2010
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2009
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2008
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D

Tags

mais tags