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Pronto, está reposta a verdade, já vi o filme de que falei no post anterior. E valeu bem a pena. Em primeiro lugar, foi uma grande surpresa. Esperava que o Mitchell fizesse um filme ousado, eventualmente polémico, com choque. Mas não, há um respeito tão grande pelo tema, uma abordagem tão contida, tão manifestamente envolvida emocionalmente, que fiquei rendido.

Quem não quiser saber o tema do filme não deve continuar a ler. Mas é difícil não saber, tão difícil quanto lamentável. É que o filme demora a revelar a sua história. Trata-se de um casal que perdeu um filho há 8 meses, uma criança de 4 anos. Demoramos algum tempo a saber. Durante uma parte do filme vamos percebendo que aconteceu qualquer coisa, mas não sabemos o quê. Não é difícil perceber mas, de qualquer forma, é apreciável a forma como tudo nos vai sendo revelado. A partir do momento em que sabemos, o filme assume a sua narrativa e as consequências daquela morte. Não há nada de espetacular, não há cenas de fazer chorar as pedras da calçada, não. Há apenas um desfilar de pequenos momentos, de conversas, de tentativas de aproximação, de deterioração de relações. Há momentos de choque mas construídos com palavras, gestos, olhares, sem concessões comerciais. Longe, tão longe, das imagens absolutamente radicais de Shortbus, o filme choque de Mitchell.
Não gosto menos dos filmes anteriores por este ser tão diferente e, num certo sentido, um filme tão mais maduro e tão mais completo enquanto objeto cinematográfico. Pelo contrário, só comprova a enorme sensibilidade artística de John Cameron Mitchell.

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Só pode. É que não se trata de ainda não ter visto: Não se trata de estar na “lista” e nunca mais chegar a vez dele. Não, trata-se de pura e simples ignorância - eu não sabia sequer que este filme existe. Primeiro ainda pensei que tinha acabado de estrear. Mas não, é de 2010.

 

Por isso, peço desculpa ao John Cameron Mitchell que deve ser um dos artistas que mais admiro mas que tanto tenho desprezado. Quer dizer, ele anda sempre no meu ipod (a banda sonora de Hedwig é cantada por ele próprio), e o Hedwig e o Shortbus são dois filmes que nunca esqueço quando penso nos que mais gosto (especialmente o primeiro), mas é incrível que eu não soubesse deste filme. Ainda por cima, sendo um filme com a Nicole Kidman, nem deve ser assim tão desconhecido.

 

Bom, vamos lá ver este Rabbit Hole.

 

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