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Há muito tempo que andava para ler este livro. Peguei nele muitas vezes em inglês, mas achei sempre difícil. Agora percebo porquê. Banville não é um daqueles escritores de prosa simples. Tem adornos, tem complexidade, tem beleza, aqui e ali. Sim, escreve bastante bem. Ao mesmo tempo, sabe como contar uma história daquelas em que nada acontece. Talvez seja mais preciso dizer que sabe divagar. E este livro é isso, uma divagação da memória através de tempos narrativos diferentes. Nem sempre se sabe onde estamos porque demasiada divagação também cansa. É um belo título para um belo livro que, infelizmente, está mais interessado em mostrar o tanto que o seu autor/narrador sabe. Para o leitor fica a contemplação, aqui e ali agradável, mas relativamente inconsequente. Talvez mais giro que lê-lo como romance, seja lê-lo como jogo, à procura das constantes citações e referências culturais.
Mas não me interpretem mal, este livro é como o Mar: umas vezes é bom, muito bom; outra vezes, nem por isso.
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