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Parece que este é um livro envolto em polémica. Segundo o que se pode ver por aí, J. T. Leroy, afinal, não é o autor daquilo que, sob esse nome, foi escrito. Foi uma outra pessoa, uma mulher, quem escreveu. Ainda por cima, em vez de um homem atormentado por uma horrível infância, não estamos a ler uma história autobiográfica, estamos a ler uma inventada.
E eu bocejo longamente… Nada disso me interessa. Este é um livro de ficção, certo? Então avance-se para a leitura e tire-se o que dela possa interessar, não o que está fora.
Lendo então este Nada mais enganador que o coração, de sei lá eu quem, há uma ideia que vai crescendo: já chega. E, pronto, assim se abandona um livro, coisa que não me lembro de quando fiz pela última vez.
Não é, certamente, pela perturbação que o livro provoca. O tema é o de uma criança, aparentemente filho de uma prostituta, que é mal tratado e passa, portanto, uma infância terrivelmente atormentada. Nas 74 páginas que li não consegui encontrar interessa nenhum na história do puto. Aliás, ele nem sequer é apresentado ao leitor, talvez o fosse mais tarde, agora já não vou saber. A verdade é que para se escrever desta forma, em que tudo vai sendo revelado de forma sugerida, em que o mal se instala pelo choque, é preciso ser invulgarmente bom. Tem que haver uma habilidade estética, no mínimo, que eu não encontro nesta obra.
E não, não creio que lhe volte a pegar.
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