Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Já tinha saudades de ler Philip Roth. É um daqueles valores seguros. Sei que se tudo o resto não funcionar, terei sempre o Roth. Assim foi com esta Lição de Anatomia. Aqui, o alter-ego do autor, Zuckerman, é o personagem principal e tudo gira em volta do seu problema de saúde que lhe dá dores que o obrigam a passar grande parte do tempo quase imobilizado. Claro que num livro de Roth isso não é motivo para não ter sexo, ser terrivelmente desagradável com quase toda a gente e fazer coisas que, enfim, já se espera que sejam feitas. É um livro curto, e não acrescenta grande coisa a quem conhece obras como o Teatro de Sabbath, para citar só o mais radical. Até sou capaz de admitir que a repetição dos temas - condição do judeu; taradice sexual; frustração intensa - pode ser cansativa. Mas não é. Quando se trata de ler Roth nunca me aborreço, pelo contrário, consigo divertir-me tanto como me irrito. E já devo ter dito mil vezes o quanto gosto de livros que incomodam.
Não seria a minha primeira recomendação para ler Roth, mas também não vejo motivo para o deixar de fora.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.