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Se há coisa que lamento, e que ainda não consegui reparar, é o saber tão pouco sobre a história da Grécia mais moderna. Nesse particular, o período da 2ª Guerra Mundial, durante a qual a Grécia foi invadida pelos nazis, é particularmente relevante. Este livro de Wescott ajuda, por um lado, a preencher a lacuna e, por outro, despertou-me ainda mais para o tamanho da minha ignorânica em relação ao assunto. O livro trata da história de uma família ateniense que é obrigada a receber um oficial alemão na sua própria casa. Este intruso torna-se o “dono” da casa e a famíla tem que o servir. Pode-se esperar daqui um relato pungente, intenso, revoltado, emocionante. Pode esperar-se tudo isso mas, na verdade, Wescott torna esta história num trabalho extrordinário de contenção, de densidade psicológica, de acontecimentos inesperados e simples que desencadeiam enormes alterações. Sem ceder ao fácil e ao óbvio nem por um momento (e se cedesse, mesmo assim, o tema podia dar um grande livro), Wescott constrói uma obra ainda melhor do que o seu conhecido O Falcão Peregrino, isto porque neste Apartamento em Atenas, o que se vai passando adquire uma relevância e uma dimensão que tornam este num livro incontornável para quem gosta de percorrer a história pelos caminhos da ficção literária.
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