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Ora aqui está um livro de aventuras, não obstante ser muito mais do que isso, que é verdadeiramente entusiasmante quando, diria eu à partida, tem tudo para ser uma enorme chatice.
Numa primeira parte, hilariante, conhecemos Pi e parte da sua vida. Trata-se de um pequeno rapaz que se deixa seduzir pela religião… quer dizer, por três religiões, e ao mesmo tempo, o que nos leva a uma das mais divertidas e acutilantes comparações que já tive oportunidade de ler.
Conhecemos também um pouco do que é a vida dos animais num jardim zoológico. E Martel parece uma espécie de psicólogo de animais, tal é a forma detalhada como nos conta o que se passa nas suas cabeças. Pode ser polémico, mas está admiravelmente bem construído.
A segunda parte torna tudo completamente diferente. E a história passa a centrar-se numa circunstância trágica a a forma como Pi vai lidar com ela - eu não quero mesmo dizer nada. Eu não sabia e foi fantástico ler o livro assim. Por isso, também não digo o que acontece.
A terceira parte, com o seu quê de metafísico e, se calhar, até de meta-ficção, deixou-me um bocado desiludido. Mas são poucas páginas no contexto de um livro absolutamente delicioso e divertido.
E é sobre quê? Não é só não querer dizer.. É que é um daqueles casos em que o leitor faz o livro. Mas só os bons livros se prestam a isso.
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