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Lembro-me de ter estado na Culturgest, na apresentação do Caim, quando Saramago contou que estava a escrever outro livro. Foi um momento emocionante, percebeu-se que muita gente ficou verdadeiramente em pulgas. E ele lá foi dizendo, devagar, com aquelas palavras sempre tão precisas, qual era o esquema geral da obra. Contou a história da bomba que não rebentou, falou da questão da greve numa fábrica de armamento. E eu fiquei ansioso, até todos o termos perdido, meses depois, quando a morte não o deixou escrever mais.

E agora que li este Alabardas, que se pode dizer de um livro inacabado, de umas tão poucas páginas? São apenas três capítulos de um livro que nascia com a lógica de um Todos os Nomes, de um livro que se percebe iria lançar perguntas tão acutilantes como as que Saramago tantas vezes lançou sem que, desta vez, possamos ver as respostas que ele lhes deu. Para ajudar um pouco, há os também escassos comentários do próprio autor à obra que ia nascendo, os quais ecoam na minha memória como sendo bastante parecidos com o que ouvi na tal sessão da Culturgest.

A edição ainda coloca lá mais uns textos, de outras pessoas, mas esses passaram-me ao lado; desculpem lá, mas só me apetecia Saramago.

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Às vezes opto por não falar dos livros de que não gostei, até porque não me apetece perder mais tempo com eles. Durante algum tempo foi isso que fiz com este: ou seja, nada. Mas tenho-me lembrado dele de vez em quando. No mínimo, sei que não lhe fiz justiça mas, no máximo, recomendaria com o aviso de que não vale a pena esperar mais do que aquilo que ele dá nas primeiras 20 ou 30 páginas. Quem estiver a gostar, que avance. Eu li-o sempre à espera de mais, sempre seguro de que me iria envolver, que iria acabar por ser conquistado. Mas não, não aconteceu nada disso. Foi uma leitura penosa. Mas não posso dizer que seja um mau livro, e compreendo que quem consiga criar empatia com aquele homem (a história gira à volta de Bjartur, um camponês que persegue uma vida em que consiga ser independente e não dever nada a ninguém) é capaz de achar uma leitura apaixonante. Pena que não tenha sido o meu caso.

Salva-se a Islândia, aprendi umas coisas sobre o povo e a terra, e isso até era o que mais queria.

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Cheguei ao aeroporto de Atenas com um objetivo bem claro: pegar imediatamente num carro e ir para o Cabo Sounion, na ponta da Ática para conseguir ver o Templo de Poseidon que, segundo se diz, é um dos locais mais visitados da Grécia. Para além disso, desde a primeira vez que fui à Grécia, há 3 anos, este era um dos sítios que mais queria conhecer. Havia alguma urgência porque um dos destaques é o pôr do sol.

 O interesse do cabo tem a ver com dois aspetos: a paisagem deslumbrante - a forma como a terra termina e se podem ver várias ilhas, e o magnífico templo de Poseidon, o deus do mar. Estando no local percebe-se o quanto faz sentido este templo, a este deus, ser neste sítio.

 

 Aliás, isso não surpreende, tenho visto nestas viagens a forma como os gregos escolhiam os sítios onde colocavam os templos. E mesmo que a paisagem se tenha modificado, mais de 2000 anos depois, percebe-se bem que a localização era tudo.

Portanto, ali, "onde a terra acaba e o mar começa", bem na outra ponta do "nosso" mediterrâneo, encontra-se este magnífico sítio arqueológico com o rara sorte de o ter apanhado num dia em que os visitantes eram muito poucos.

Confesso que acabei por não ficar para ver o tal pôr do sol. Ainda tinha que conduzir até perto de Atenas, onde iria passar a noite, e queria fazer o caminho de dia para poder ver. Mas o apelo do mar acabou por ser mais forte e, mesmo sendo 8 da noite, lá dei o primeiro mergulho do ano no mediterrâneo. Pelos vistos, Poseidon manteve a água a uma temperatura bem acolhedora.

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Cá está mais um daqueles clássicos que estavam na estante há muitos anos à espera da sua vez. E como quase sempre acontece, foi injusto deixá-lo tanto tempo à espera. Balzac escreve divinalmente, isso já se sabe, mas o interesse deste Eugenia Grandet é uma contenção notável. A história presta-se a exageros, a lágrimas fáceis, mas Balzac comporta-se com uma dignidade que faz par com a da sua protagonista. Breve, mas valioso.

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Tanto No Café da Juventude Perdida como Dora Bruder são livros que ando há demasiado tempo para ler.

Parece-me que é mais um Nobel bem atribuído, a confirmar em leituras futuras.

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De volta

05.10.14

Tudo começou assim...

 E a partir daqui só melhorou.

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