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Fonte: Wikipedia
Talvez comece por explicar o porquê de ir a Creta. A Grécia é terra de tantas ilhas que, enfim, é preciso escolher e escolher. Mas Creta é um caso óbvio. É verdade que eu não sabia bem isso antes de ter ido à Grécia no ano passado. E mesmo só este ano, ao decidir lá ir, é que me debrucei sobre esta ilha. Mas foi-se tornando óbvio que não pode haver Grécia sem Creta. Vamos portanto a alguns pontos:
- Creta é o berço da primeira civilização europeia - os Minóicos. Ou seja, foi nesta ilha que, pela primeira vez, houve palácios, gente organizada em sociedade, na Europa. E com aspetos tão misteriosos como interessantes. Não se sabe muito sobre o que aconteceu aos minóicos, nem muito sobre quem eles eram, como eram e o que faziam. Mas não faltam os motivos de interesse. Por exemplo, não se encontraram fortificações nas cidades minóicas. Seriam eles tão pacíficos que não precisavam? Nem tinham medo de ser invadidos? Por outro lado, olhando para os vestígios arqueológicos, vemos cor e imagens bastante alegres. Deve ter sido giro ser minóico, e até já tinham sanitas - sim, em Knossos, o mais famoso dos palácios, pode ver-se o sistema de escoamento de águas e tudo.
- Para além dos palácios Minóicos que são bastantes, Creta tem ligações fortes à mitologia. Enumerando: foi onde Zeus nasceu ou, pelo menos, onde ele se escondeu do pai Kronos, antes de se lançar na guerra contra ele e tornar-se o deus dos deuses; o mar Egeu chama-se assim porque foi para onde o rei Egeu se atirou quando, equivocado, se suicidou ao pensar que a expedição do seu filho a Creta não tinha sido bem sucedida; o filho de Egeu era Teseu, um dos grandes heróis gregos, que derrotou o minotauro, o monstro que vivia num labirinto em Creta.
- Creta é uma ilha enorme e, portanto, com muito para ver. Desde as magníficas ruínas minóicas até às praias absolutamente paradisíacas, passando pela comida maravilhosa e os roteiros para passear a pé, Creta tem algo para agradar a toda a gente.
- a ilha foi dominada por vários povos: Minóicos, Miciénicos, Dórios, Venezianos, Turcos, Alemães, etc… O que significa que há vestígios de tudo isso. Nem sempre são boas recordações, mas é história.
- Creta é a terra de Nikos Kazantzakis. Pronto, este ponto é pessoal mas quem o lê não pode deixar de querer lá ir. E eu só o comecei a ler pouco antes da viagem.
- Um voo para Creta a partir de Milão custou 25 euros - pronto, não podia deixar de dizer. Estas coisas contam, não?
- Muito daquilo que associamos à Grécia enquanto povo e forma de vida encontra-se em Creta. Ou seja, Creta é mais a Grécia do que as outras ilhas onde tudo está orientadíssimo para o turismo. Claro que eu não sabia disto antes de ir. Isto já é mais em jeito de conclusão. Mas, realmente, Creta tem sítios feios, aliás, quase todas as terras são relativamente feias em termos arquitetónicos (nas ilhas que visitei no ano passado tudo era lindo e imaculado). É uma ilha com pessoas que têm uma vida real, muito para além do turismo. E isso é bom para variar porque nos aproxima do que é ser grego. O que não é só bom, claro. Há a parte de os gregos não gostarem lá muito de regras, ou de leis, e não há sítio melhor para ver isso do que nas estradas de Creta. Acreditem, até um português fica chocado ao ver como por lá se conduz.
Pronto, estão apresentadas algumas das justificações. Resolvi fazer pequenos posts relacionados com esta ilha. Espero que me acompanhem nesta viagem. E que façam a vossa própria, a Creta.
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