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Mais alguns

25.02.10

Mais um post-expresso a dar conta das últimas leituras.

 

A Mulher de Porto Pim, de António Tabucchi

 

Gosto demasiado dos Açores para gostar muito de um livro tão breve. Há momentos em que Tabucchi chega lá, conseguindo transmitir o encanto daquelas ilhas. Há também a curiosidade de “ver” os Açores através dos olhos de um estrangeiro.

Mas fica tanto por dizer.

 

Pedro Páramo, de Juan Rulfo

 

Um pequeno livro que é enorme em riqueza, complexidade e beleza.

 

Vou deixar aqui um texto que me parece que diz tudo. Aproveitem para explorar este blog, que infelizmente já acabou…

 

http://onascerdosol.blogspot.com/2007/03/pedro-paramo-juan-rulfo-1010.html

 

 

Morder-te o coração, de Patrícia Reis

 

Vou ser completamente subjetivo e nada concreto: adorei. Tão simples como isto: entrou-me diretamente no coração.

 

Deixem passar o Homem Invisível, de Rui Cardoso Martins

 

Este livro foi a minha companhia numa viagem de Lisboa até Braga no Alfa. Dificilmente podia ter escolhido melhor. Ao mesmo tempo que me afastava de Lisboa, ia conhecendo segredos invisíveis da cidade. Esta é uma história sobre Lisboa, muito sobre o que ela foi, muito sobre o que ela é e, também, um pouco sobre o que ela pode vir a ser. Mas é uma Lisboa diferente daquela que vemos, esta é uma Lisboa de subsolo, de escuridão. E é também sobre ver e não ver, sobre o mundo dos cegos. Afastando-se dos lugares comuns, o autor dá-nos uma ideia muito concreta do que é viver sem visão.

 

E como se não bastasse, é uma leitura absorvente e muito divertida. Palpita-me que a literatura portuguesa ganhou um autor de peso.

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Talvez este seja mais um livro fora de tempo, para mim. Porque é um daqueles romances de adolescente (o protagonista tem 16 anos), e porque é altamente inspirador para quando ainda se tem toda a vida pela frente. Quer dizer, talvez não seja inspirador, é um pouco diferente, é um daqueles livros com os quais nos identificamos e que, de certa forma, nos tranquilizam, explicando-nos que não somos os únicos a ser como somos. Pronto, isto é capaz de ser conversa de adolescente, mas que posso fazer? Ler isto faz-me sentir, novamente, borbulhas na cara. Não se pense que por ser infantil, não é. É um daqueles livros que dificilmente será esquecido, de tal forma é exemplar. É divertido, é empolgante, a escrita tem uma frescura, também ela, adolescente. Uma leitura obrigatória, mesmo que pareça ser demasiado tarde.

 

P.S. Chamar a isto “Uma agulha no palheiro” é uma demonstração de virtuosismo do tradutor. Muito bem visto, muito bem escolhido, sim senhor, palmas. O problema é que, quando leio um livro, quero que o tradutor seja bom, competente, mas que deixe para o autor tudo o que sejam as intenções. Quero que o tradutor seja invisível. Por isso, À Espera no Centeio, para além de ser o título correcto, é aquele que dá sentido a uma passagem do livro onde o seu título se explica. Felizmente, já há uma edição assim.

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Há uns tempos, vi um filme absolutamente maravilhoso, chamado O Homem da Sua Vida. Ontem, vi outro, Se souvenir des Belles Choses. A realizadora/atriz responsável por este meu encantamento chama-se Zabou Breitman e este post serve apenas para alertar para a obra singular e extraordinária desta cineasta.

 

Não vou comentar O Homem da Sua Vida porque já o vi há uns meses. Apenas direi que é dos filmes mais sofisticados que já vi. E consegue mostrar coisas nunca vistas, de um altíssimo valor estético.

 

Quanto ao Se souvenir des Belles Choses, talvez nunca venha a ser capaz de escrever sobre ele. Começa em tom de comédia, chega a parecer um Almodovar de princípio de carreira e, aos poucos, vai-se transformando num terrível murro no estômago. Trata da memória, ou melhor, da luta das pessoas que sofrem de doenças que afectam a memória. Mas o foco aqui é nas condições de uma resiliência sustentada pelo amor. Sofre-se muito a ver este filme, demasiado até. Por isso, este post acaba aqui, sem belas coisas para recordar.

 

Quem quiser saber mais, veja aqui: http://filmsdefrance.com/FDF_Se_souvenir_des_belles_choses_rev.html

 

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Mais alguns

11.02.10

 

Devido à falta de tempo, fica aqui um “post-expresso” só para registar algumas leituras recentes:

 

 

Fahrenheit 451, de Ray Bradbury

 

 

 

Um clássico sobre um mundo onde os livros são proibidos. Mas é também mais um daqueles livros que se leem sem que, necessariamente, o seu valor literário seja o mais importante. Não é que tenha algo de errado, mas não se destaca pelo brilhantismo da prosa. É o que é e, dentro do género “distópico”, é essencial. Aborrece quando tenta passar a ter alguma “acção”.

 

 

 

A Linha da Beleza, de Alan Hollinghurst

 

Parece-me que há demasiadas coisas aqui. Este livro está cheio de pormenores, de pequenos detalhes sobre os personagens, de elementos descritivos de espaços, hábitos e atitudes. Mas não pude deixar de achar demasiado. Por exemplo, há festas que são descritas aqui até à exaustão. Não sei se era eu que queria avançar na história (porque parecia que ela nunca mais começava) ou se era simples impaciência. Mas, de facto, gosto mais dos livros em que a simplicidade consegue ser tão acutilante que diz tudo, mesmo dizendo pouco.

Bom, mas isso sou eu. O que Alan Hollinghurst faz aqui é um trabalho notável ao nível da caraterização dos seus personagens. Não tem medo de perder tempo a focar-se neles, não hesita em mostrá-los em diversas dimensões e em várias situações. E, talvez por isso, o livro seja tão considerado como documento de uma época.

(vi também a série da BBC, vale bem a pena)

 

 

A Senhora da Magia (As Brumas de Avalon I), de Marion Zimmer Bradley

 

 

 

Tantos anos para finalmente ler um livro que, à partida, eu iria adorar… E adorei. Isto só serve mesmo para quem gostar deste tipo de histórias. Mas os debates religiosos não deixam de ter um interesse particular. Agora, deixem-me ir ler o segundo.

 

 

 

A volta no parafuso, de Henry James

 

 

 

Tentando classificar este livro vou chamar-lhe uma novela de terror. Infelizmente, seja no cinema, seja na literatura, não é fácil encontrar objetos desse género que sejam realmente interessantes. Este é um exemplo feliz. Hipnótico, estranho e belo, é mais um conto do que outra coisa qualquer, mas é mais assustador e inquietante do que a maior parte do que se pode ver por aí de elaboradas histórias de vampiros e afins.

 

 

 

 

 

 

[primeiro post a tentar aplicar o novo acordo ortográfico, isto não vai ser fácil…]

 

 

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